Às vezes me lembro dele. Sem rancor, sem saudade, sem tristeza. Sem nenhum sentimento especial a não ser a certeza de que, afinal, o tempo passou. Nunca mais o vi, depois que foi embora. Nunca nos escrevemos. Não havia mesmo o que dizer. Ou havia? Ah, como não sei responder as minhas próprias perguntas! É possível que, no fundo, sempre restem algumas coisas para serem ditas. É possível também que o afastamento total só aconteça quando não mais restam essas coisas e a gente continua a buscar, a investigar — e principalmente a fingir. Fingir que encontra. Acho que, se tornasse a vê-lo, custaria a reconhecê-lo.

2 comentários:

Anônimo disse...

Esse espaço é muito pequeno
pra te suportar
Muito a amor, muito veneno
pra pouco lugar.

O teu corpo é uma serpente
a me provocar
e teu beijo a aguardente
a me embreagar...

Essa boca muito loca
pode me matar
e se isso é coisa do demônio
eu quero pecar
(...)

Eu já sei que qualquer dia tudo vai dançar
mas a fonte da saudade
nem mesmo o tempo vai secar.

Renata campos disse...

Quem é vc?

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