Eu saberia ir embora da tua vida, sem reclamar ou te pedir pra reconsiderar ou implorar pra me deixar ficar.
Saberia desligar o telefone até esquecer teu número que sei de cór, saberia apagá-lo sem deixar qualquer vestigio, qualquer marca, só pra não te importunar nas noites de longa solidão.
Saberia construir minha vida e levá-la a diante com força e graça, do jeitinho que sempre planejei antes de você chegar.
Saberia esperar com paciência todos os teus impasses, perdoaria todos os teus deslizes, cuidaria de todas as tuas feridas, transferiria pra mim toda tua tristeza.
Saberia escrever menos dor e mais sorrisos, cuidaria mais de mim, cortaria o cabelo outra vez, perderia meus quase 10 quilos a mais, comeria menos chocolate e mais frutas de sobremesa, faria minhas outras 5 tatuagens de uma só vez, tomaria cuidado com minha pele clara exposta ao sol.
Eu saberia até ser menos implicante e jamais cortaria os pulsos, nem morreria de amor como quase morri um dia. Jamais colocaria tuas roupas na rua, nem quebraria o vidro da tua janela, nem cortaria as flores do teu jardim.
Eu saberia lidar com tudo de maneira amigável, sem rancores, sem escandâlos nem brigas.
O que eu não sei é conviver com a frieza das coisas, como se elas fossem calculáveis e previsiveis. Porque elas não são. Pelo menos pra mim...
Então, se é pra transformá-las de uma hora pra outra, prefiro que elas deixem de existir. Me é menos doloroso...

0 comentários:

Postar um comentário